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A importância dos rastreios na Oftalmologia

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“Se ainda não o levou a fazer um rastreio, está na hora de o fazer. Só assim se conseguem verificar dificuldades que podem influenciar o desenvolvimento da criança e do jovem.” A oftalmologista do Hospital Cruz Vermelha Susana Teixeira explica em que situações se devem fazer os rastreios de Oftalmologia, quais os sinais a que devemos estar atentos e as consequências das patologias não diagnosticadas.

Quando deve ser feita a primeira visita ao oftalmologista

Nas crianças, o primeiro rastreio oftalmológico deve ser realizado por volta dos 3 anos de idade, sem nunca esquecer que o primeiro rastreio é feito pelo pediatra, ainda na maternidade e logo após o nascimento, em que se pesquisa o reflexo vermelho do fundo.

De quanto em quanto tempo é aconselhável fazer um rastreio à visão das crianças

É aconselhável realizar um rastreio com 1 ano de idade, aos 3 e depois aos 5-6 anos, antes de entrar na escola. A partir do momento em que entram na escola primária, as crianças já se sabem queixar e os pais e os professores já dão mais facilmente conta de pequenas dificuldades, pelo que a consulta deverá ser marcada caso haja alguma queixa. Ao realizar uma consulta oftalmológica no início do ano letivo estão a evitar-se problemas durante o ano.

Os jovens que se encontram em fase escolar também deverão ser avaliados sempre que houver queixas. O rastreio é uma consulta para pesquisa de alterações. As crianças com patologias já diagnosticadas devem fazer a vigilância segundo o que o oftalmologista aconselhe de acordo com a patologia que apresentem.

Grande parte dos erros refrativos nas crianças pequenas é diagnosticada nos rastreios, uma vez que as crianças ainda não se queixam. Felizmente, há cada vez uma maior percentagem de crianças com o diagnóstico de patologias oftálmicas detetado, cada vez mais cedo, fruto do melhor e maior acesso a serviços de saúde, mais informação e ao início do rastreio nacional.

Nos recém-nascidos e crianças mais pequenas, devem ser despistadas opacificações dos meios e leucocórias (reflexo branco da pupila). Em crianças a partir de 1 ano de idade, devem ser pesquisados, além destas, os erros refrativos (hipermetropias, miopias e astigmatismos), as anisometropias (diferença refrativa entre os dois olhos) e o estrabismo.

Impacto de uma insuficiência visual nas crianças

Uma dificuldade visual pode levar a um atraso no desenvolvimento da criança, quer a nível cognitivo, motor ou social. A criança que vê mal demora mais tempo a aprender, a andar e a correr, a descer escadas. Já na escola, tem mais dificuldade em fazer os trabalhos, pelo que se desinteressa facilmente pela pintura ou por grafismos, com repercussão mais tarde na leitura. Pode também dificultar a interação com os seus pares.

Consequências de uma anomalia visual não diagnosticada ou tratada incorretamente

Uma anomalia visual não diagnosticada ou tratada incorretamente pode levar ao desenvolvimento de uma ambliopia, que é basicamente a ausência de desenvolvimento da visão não recuperada por óculos ou cirurgia. A visão desenvolve-se nos primeiros oito anos de vida, em que os primeiros quatro são mais críticos. Se existe alguma patologia que dificulte a formação nítida das imagens na retina de um ou ambos os olhos, a visão não se desenvolve e surge a chamada ambliopia. Após os 7-8 anos, esta situação não é recuperável. A criança terá uma baixa de visão de um ou eventualmente ambos os olhos para o resto da vida, com repercussão sobre a aprendizagem e a interação social.

As crianças devem fazer o rastreio aos 2 e 4 anos conforme institucionalizado a nível nacional e um outro ao entrar na escola primária. Se houver patologias oftálmicas na família, as crianças devem ser vistas precocemente por um oftalmologista, que depois indicará qual a periodicidade das consultas seguintes.

Quais são os sinais/sintomas a que se deve estar especialmente atento?

Lacrimejo, fotofobia, reflexo esbranquiçado da pupila, perda de equilíbrio e dificuldades de medir distâncias e aparente défice de visão.

Marque já a sua consulta de rastreio: https://www.hospitalcruzvermelha.pt/marcacoes/especialidades-medicas/ConsultadeOftalmologiaPediatrica

Oftalmologista, Susana Teixeira, do Hospital Cruz Vermelha