A catarata é uma condição ocular que afeta a lente natural do olho, chamada de cristalino, e resulta numa perda progressiva da visão, que tanto pode ser insidiosa evoluindo ao longo de meses ou anos ou extremamente rápida em poucas semanas. Este fenómeno ocorre quando as microestruturas do cristalino o tornam opaco e impedem a correta passagem da luz e das imagens.
Apesar de a catarata poder afetar qualquer pessoa, tem maior incidência em pessoas idosas, diabéticos, fumadores, pessoas com marcada exposição solar e utilizadores de determinados medicamentos, sendo uma das principais causas de cegueira evitável em todo o mundo.
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O que é a catarata
Catarata é a designação da opacificação do cristalino do olho, que se localiza atrás da pupila e da íris. A principal função do cristalino é focar a luz que entra no olho para gerar imagens claras na retina. Quando o cristalino se torna opaco, o que é um fenómeno natural e expectável a partir dos 50-60 anos, a imagem projetada torna-se desfocada, o que reduz a visão, a sensibilidade à luz, ao brilho e às cores, tornando as cores mais amareladas do que o são na realidade.
Com o avanço da condição e dos sintomas, a catarata pode interferir significativamente no dia-a-dia do doente e afetar a qualidade de vida. Sabemos por grandes estudos realizados em países anglo-saxónicos que os doentes de catarata mais que duplicam a probabilidade de quedas com fraturas do colo do fémur. A catarata está também associada a perda de reflexos na condução, a dificuldade na visão noturna e em realizar trajetos longos a conduzir, a perda de independência e no caso de cataratas mais densas até em perda cognitiva por dificuldade de leitura e alheamento do mundo em redor.
Como prevenir as cataratas
Embora não exista uma forma totalmente eficaz de prevenção da catarata, devem ser adotadas algumas práticas que podem ajudar a atrasar o seu desenvolvimento. Essas medidas incluem:
- Proteção contra radiação ultravioleta (UV): a utilização de óculos de sol em jovens e adultos que bloqueiem os raios UV pode contribuir para a proteção dos olhos, prevenindo o desenvolvimento precoce das cataratas.
- Dieta saudável: o consumo de uma dieta rica em antioxidantes – vitaminas C e E – com alimentos como frutas, legumes ou frutos secos, que são ótimas fontes desses nutrientes.
- Controlo de doenças: a vigilância de doenças como a diabetes é fundamental, uma vez que o nível elevado de açúcar no sangue pode aumentar o risco de doenças relacionadas com a visão, como é o caso da catarata.
Tratamento da catarata no Hospital Cruz Vermelha
O tratamento da catarata depende dos sintomas que afetam a visão e do impacto na qualidade de vida do doente. Em estados iniciais, a utilização de óculos ou lentes de contacto pode ajudar a melhorar a visão. Contudo, com a progressão da doença, é inevitável recorrer à cirurgia da catarata.
A cirurgia da catarata é um procedimento comum e com muito alta taxa de sucesso (aproximando-se dos 100%), que implica a remoção do cristalino afetado e a sua substituição por uma lente artificial, designada lente intraocular. Hoje em dia, a tecnologia de topo de diagnóstico e de terapêutica que dispomos no nosso hospital permite-nos não só realizar este procedimento mais simples, mas também optar por implantar lentes designadas por lentes PREMIUM (por exemplo lentes tóricas que corrigem o astigmatismo) que corrijam totalmente a visão de longe ou mesmo a visão de longe e perto com lentes multifocais, de acordo com desejo e o melhor interesse dos doentes, evitando a necessidade de uso constante de óculos.
O implante destas lentes PREMIUM multifocais permite-nos inclusivamente poder oferecer a doentes mais jovens, a partir dos 50-55 anos, uma cirurgia para evitar o uso de óculos e simultaneamente remover o cristalino que assim nunca dará origem a uma catarata, por mais anos que a pessoa viva. O procedimento em qualquer dos casos é geralmente realizado sob anestesia local, em ambulatório, e a maioria das pessoas pode retomar as suas atividades poucos dias após a cirurgia, sendo apenas necessário aplicar colírios durante algumas semanas e manter duas a três consultas de seguimento no primeiro mês pós-operatório.
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A decisão de realizar a cirurgia deve ser tomada em conjunto pela pessoa afetada e pelo oftalmologista, baseando-se no grau de incapacidade visual (com óculos e sem óculos) e nas necessidades e desejos individuais de cada doente.
Dr. Filipe Braz
Coordenador da Clínica de Oftalmologia e Saúde Visual
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