O Hospital Cruz Vermelha incluiu 51 doentes, com insuficiência cardíaca, num projeto-piloto de monitorização à distância. O projeto decorreu entre maio e setembro deste ano. O clinical pathway com seguimento remoto automático destes doentes teve como objetivos antecipar o agravamento da doença através da monitorização regular de sintomas e da redução do risco de hospitalização.
O software, criado pela empresa portuguesa UpHill, foi lançado para o mercado este mês e assenta na implementação de um sistema de suporte e apoio à decisão. Na prática os doentes diagnosticados com insuficiência cardíaca são incluídos num percurso de cuidados pré-definido e passam a receber contactos periódicos para monitorização de sintomas com base em questionários muito simples para acompanhar a evolução da sua doença. Nos casos em que uma alteração seja detetada, os profissionais são alertados e é dada uma sugestão concreta de ações a realizar para resolver o problema de saúde identificado
Um doente que tipicamente é visto de 6 em 6 meses, período durante o qual iria muito provavelmente agudizar e utilizar o serviço de urgência, é contactado semanalmente e, assim, identificados precocemente os sintomas em agravamento. O risco de hospitalização é antecipado através da geração de um alerta para as equipas clínicas; por outro, através da antecipação da consulta seguinte.
Os doentes incluídos eram maioritariamente homens com uma média de idades de 74 anos. Em média, cada um dos doentes recebeu 15 comunicações. Foi obtida uma taxa de média de respostas de 70%. Foram gerados 69 alertas e 97% destes resolvidos. As comunicações realizadas corresponderam a 60 horas de trabalho automatizado.