A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, marcada pela cessação da produção de estrogénios pelos ovários, o que acontece, em média, aos 51 anos. Este período de transição, conhecido como climatério, pode começar 3 a 4 anos antes da menopausa, quando surgem as primeiras irregularidades menstruais.
A falta de estrogénios afeta mais de 80% das mulheres, causando sintomas como afrontamentos, insónias, irritabilidade, alterações de humor, atrofia vaginal e queixas urinárias.
Além dos sintomas referidos, a carência de estrogénios durante a menopausa está diretamente relacionada com a perda de massa óssea, levando à osteoporose. Este é considerado o segundo maior problema de saúde a nível global, logo a seguir às doenças cardiovasculares.
A osteoporose, caracterizada pela perda de densidade óssea, aumenta significativamente o risco de fraturas, sendo que as mulheres na pós-menopausa são um dos grupos mais afetados.
Fatores de risco e prevenção da osteoporose
A principal causa da osteoporose nas mulheres é a redução dos níveis de estrogénios durante a menopausa. Outros fatores que contribuem para a perda óssea incluem o sedentarismo, a baixa ingestão de cálcio e vitamina D, o consumo de tabaco e álcool em excesso, distúrbios da tiroide e o uso prolongado de corticoides.
A prevenção da osteoporose começa com a adoção de hábitos saudáveis. A prática regular de exercício físico, como caminhadas e atividades que envolvam carga óssea, é essencial. Exercícios ao ar livre também favorecem a produção de vitamina D através da exposição solar, crucial para a saúde dos ossos.
Além disso, o rastreio precoce é fundamental para monitorizar a densidade mineral óssea. A densitometria óssea é o exame de referência, avaliando os resultados em normal, osteopénia (perda leve de massa óssea) ou osteoporose (perda grave de massa óssea).
Terapêutica hormonal na menopausa
A Terapêutica Hormonal (TH) é uma das estratégias mais eficazes para o alívio dos sintomas associados à menopausa e para a prevenção da perda óssea. Quando administrada de forma personalizada e iniciada precocemente, entre os 50 e 59 anos, a TH pode reduzir em mais de 30% a mortalidade, além de diminuir o risco de fraturas osteoporóticas.
As formas de administração variam entre oral, transdérmica ou vaginal, sendo a escolha determinada pelas características e necessidades individuais da mulher.
Contudo, é importante salientar que a TH tem algumas contraindicações, como a presença de tumores hormono-dependentes ou doenças cardiovasculares e hepáticas graves. Nesses casos, o tratamento deve ser cuidadosamente avaliado.
Importância do rastreio e acompanhamento médico
Para mulheres na pós-menopausa, o rastreio regular da saúde óssea é essencial. A deteção precoce da osteoporose e a adoção de medidas preventivas, como a terapêutica hormonal, podem fazer a diferença na qualidade de vida, prevenindo complicações graves como fraturas. Além disso, o acompanhamento médico é crucial para ajustar o tratamento às necessidades individuais e garantir a sua segurança a longo prazo.
Dra. Ana Candeias
Coordenadora do Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Cruz Vermelha
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