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Sou alérgico à minha coluna?

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“Sofremos de dor de costas porque nos esforçamos de mais, por um lado, e também porque nos esforçamos de menos, decorrente da vida sedentária que atualmente temos.” Seremos alérgicos à nossa coluna, questiona Miguel Cordeiro, neurorradiologista de intervenção do Hospital Cruz Vermelha, que avança a resposta.

Sofremos porque é genético, e sofremos porque adquirimos lesões ambientais ao longo da vida. Sofremos porque está frio e porque está calor. Sofremos porque a alimentação não é saudável, seja qual for a definição de alimentação saudável, que está sempre a mudar. Sofremos porque andámos de mais no dia anterior e sofremos porque dormimos de mais no dia anterior. Sofremos porque carregamos malas pesadas e sofremos porque não vamos o suficiente ao ginásio fazer musculação com pesos pesados. Sofremos porque temos a coluna torta mas a dor mantém-se depois de a endireitarem.

Pode-se dizer uma coisa e o seu contrário com uma probabilidade alta de acertar no que alguém aconselha relativamente a este tema. Há explicações populares e mesmo profissionais para todos os gostos. Na realidade não sabemos bem todos os mecanismos subjacentes às dores de costas que podem ter múltiplas origens anatómicas e fisiopatológicas.

Estima-se que cerca 36% dos portugueses, sobretudo mulheres, sofram de dor lombar, cuja prevalência vai aumentando com a idade. Ao longo da vida, cerca de 70% das pessoas têm pelo menos um episódio de dor de costas.

A causa da dor é, na maioria das vezes, desconhecida, mas há alguns fatores de risco conhecidos, como posturas incorretas (como estar muito tempo sentado), obesidade, depressão ou a idade.

Miguel Cordeiro
Especialista em Neurorradiologia de Intervenção no Hospital da Cruz Vermelha